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terça-feira, 2 de março de 2010

Todo carnaval tem seu fim


Era Carnaval e pela Segunda vez em quatro anos eu não ia pular os blocos do rio.

Ainda tinha na memória o "Cordão do Bola Preta", o "Boêmios da Lapa", o "Péga pra Sambar", o "Se não quer me dar, me empresta” Hahaha, esse sim foi muito engraçado!

Isso se deve porque exatamente nesse tempo lembro de ter me casado no Carnaval. Ficamos juntos pela primeira vez num bloco que agitava a Cinelândia, e tamanho era nosso amor que eu nem sabia que bloco tocava, nem que horas eram, nem que dia era. Aliás, nem sabia meu nome, nem o dele.

Continuamos assim apaixonados o resto do carnaval e os próximos três anos, ele de pierrot, eu de palhacinha.

Juramos amor eterno, nos iludimos com toda a ingenuidade do olhar e fomos batalhar uma vida juntos. Todas as dificuldades do ano acabavam quando chegava enfim, o carnaval.

Eu devia ter notado que algo estava errado quando no último ano ele não quis passar o carnaval no Rio.

Nem lembrou dos blocos, nem pesquisou, nem avisou aos amigos. Quis visitar o pai que morava fora e eu quis visitar minha família também fora das divisas fluminenses.

Meu primeiro carnaval fora do Rio...

Aquele pierrot alegre e apaixonado era cada vez mais distante e me olhava cada vez mais de cima.

Eu era cada vez mais assustada, mais solitária, mais distante, mais infeliz, e incapaz de identificar o motivo de estarmos juntos e de me doar completamente, por inteira. Sabia que estava sozinha. Mas mesmo vazia, tentava seguir em frente, e ia me perdendo de mim mesma nesse caminho.

Eu nem lembrava mais aquela noite de fevereiro.

Era carnaval lá fora e ele me levou pro apartamento onde ele morava e trabalhava.

Ainda não tínhamos transado e nem discutido se estávamos namorando ou não, então ficávamos nesses dias somente nos entrelaçando.

Ele estendeu um colchonete no chão e nos beijamos com paixão. Em um momento eu me esquivei e levantei parando de frente pro mini frezzer, de costas pra ele, que estava deitado no colchão.

Eu estava com calor e tirei uma garrafinha de água da geladeira e comecei a passar pelo pescoço, pelas costas, por dentro da blusa.

Ele levantou e começou a passar as mãos pelas minhas costas, extasiado.

Ele então se encostou em mim e eu o pude sentir quase explodindo a calça de tanta vontade. Me virei, beijando-o. Comecei a fazer carinho nele por cima da calça e pedi que ele se deitasse.

Coloquei pra tocar uma música deliciosa, que tal qual mágica seguia os movimentos provocantes do meu quadril.

Parei de frente pra ele, olhei bem em seus olhos e me virei, abri bem as pernas, dançando de costas e tirei minha blusa devagar. Meu soutien preto de rendas apareceu e eu pude sentir um grito calado no último momento em sua garganta quando ele viu as curvas do meu corpo.

Comecei a dançar de frente pra ele e ele fazia cara de choro, querendo tocar o que via.

Ainda de frente desabotoei o short dançando e dei um leve sorriso enquanto me virava novamente. Juntei minhas pernas de costas pra ele e abaixei meu short até as canelas, onde tirei com suavidade um dos pés e com o outro joguei meu short para perto dele, que o cheirou com os olhos fechados e desejo indescritível.

Ele parecia estar em um estado de torpor ao examinar meu corpo, naquele momento, minha barriga sequinha, meus seios empinados, minha bunda durinha e grande, em proporção às minhas pernas malhadas. Eu estava branquinha contrastando com o preto do meu lingerie.

Me agachei de quatro e fui engatinhando em direção à ele, para beijar seu pescoço.

Ele tentou me tocar e eu fiz que não, sorrindo.

Beijei seu pescoço e fui descendo por sua barriga. Fiz um movimento para tirar sua calça e ele rapidamente sumiu com ela em segundos.

Coloquei-o na boca passando minha lingua em toda a extensão. Tinha um gosto bom e eu o chupei com diferentes pressões e velocidades, o que eu conseguia fazer com maestria.

Ele gemeu até me pedir pra parar ou não aguentaria.

Eu dei um sorriso de canto de boca e pedi pra ele se acalmar, pois eu queria ainda subir em cima dele.

Ainda estava deitado e eu me sentei entre suas pernas, olhando em seus olhos e desabotoei o soutien nas costas e o deixei cair.

Ele somente exclamou atônito: "Seus seios são os mais lindos que eu já vi..." e quase que hipnotizado colocou suas duas mãos neles, segurando-os com delicadeza, como se os fosse quebrar.

Eu coloquei minhas mãos sobre as suas e apertei-as contra meu corpo com mais força. Em um relance ele me segurou pela cintura e me girou me fazendo cair no colchão.

Eu levantei meus braços sobre minha cabeça enquanto ele tirava minha calcinha. Enfiou seu pau todo em mim, e eu fechei meus olhos.

Era tão gostoso que eu achei que fosse gozar ali mesmo.

Ele me abraçava cada vez mais apertado, e fazia amor comigo em movimentos suaves porém firmes até que eu não aguentei e avisei que iria gozar.

Senti um calor enorme, ele começou a enfiar mais forte e mais rápido e deu um grito abafado, eu também gemia e naquele momento perdia parte dos sentidos, só pude sentir o latejar de seu pau dentro de mim. E sentir que o inundava todo com meu prazer inenarrável.

Aí ele disse "Quero você pra sempre." e eu sorri.

Ainda naquela noite gozaríamos mais duas vezes e a paixão que eu sentia por aquele ser que gemia descontroladamente embaixo de mim era arrebatadora.

Depois de cada orgasmo caíamos em um riso descontrolado que ia se silenciando e se tornando somente um enorme sorriso no rosto dos dois enquanto nos olhávamos apaixonadamente.

Depois de tanto tempo, seu sorriso era cada vez mais raro e eu sabia que nosso carnaval havia chegado ao fim.

Mas quando nossa quarta-feira de cinzas chegou, eu ainda tinha uma pontinha da minha antes indomável coragem e ainda tentava reerguer nosso relacionamento sem saber como, ele não era o mesmo e eu tinha me tornado somente um espectro triste do passado.

"Estamos com objetivos diferentes" doeu bem no fundo da minha alma e estraçalhou com o restinho do meu heroísmo.

Naquela mesma noite eu me tranquei no banheiro, chorei, bati na parede, gritei, me lamentei, arrumei minhas malas e parti.

E me arrependi de ter conhecido aquele pierrot que me fez de palhaça.

"Trocando em Miúdos" de Chico, tocava na cabeça enquanto o ônibus deixava a rodoviária.

E depois de ter permanecido muitos meses em quarta-feira de cinzas, hoje é carnaval. E eu me preparo talvez pra "Noite dos Mascarados".

E que esse carnaval me aguarde!

Não passo no Rio, mas quem sabe não arranjo mais uma história de carnaval pra contar?


2 comentários:

Fernando Amaral disse...

"Hoje não tem danca
Não tem mais menina de tranca
Nem cheiro de lanca no ar
Hoje não tem frevo
Tem gente que passa com medo e na praca ninguém pra cantar
Me lembro tanto e tão grande a saudade
Que até parece verdade que o tempo ainda pode voltar". Edu Lobo - Cordão da Saideira.

Há sempre outro carnaval.

Juliany Alencar disse...

E aí, arrumou mais alguma história de carnaval este ano?


Beijos

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