Páginas

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Continuação de Amanda

Na manhã seguinte a casa acordou disposta. Bolo, pão, queijo e frutas. Troquei olhares com Amanda enquanto minha mãe e seu pai falavam. A menina estranhamente usava os óculos, no lugar das lentes de contado, que a tornava mais séria e intelectual do que realmente era. Os olhares passaram a caretas e por fim mostrou-me a língua emburrada e meio sapeca. Na saída do apartamento ela me empurrou, no elevador perguntou por que eu a adiava, sentou coladinha comigo no carro, no colégio me abraçou forte e foi pra sala. Ela era um misto de emoções ainda por vir.

Amanda revelou um universo feminino antes ignorado. Banhos de lua, giletes usadas além da barba, calça jeans difícil de entrar, mas quando vestida, aderia perfeitamente à pele, nuca provocante desnuda por cabelos presos acima da cabeça. Vê-la suada voltando da aula de dança tornou-se prazer diário. Ela sabia do desejo, percebia o poder, naquela noite usou-me como quis. Saiu do banho enrolada na tolha e aproveitando a falta de outros em casa, foi direito ao meu quarto: “– Oi, posso entrar?”. Não olhei a porta, senti apenas o perfume: “- Entre, o que quer?” O sorriso invadiu seu rosto, sentou na minha cama: “- Quero ficar aqui, to me sentindo sozinha...” Tudo bem, mas porque não põe uma roupa?”. Ainda sorrindo: “Não quero, tá calor e você disse que não se importa.” Queria ver até onde ela iria: “Tem razão, fique a vontade”. Petulante, parecia ter um roteiro na cabeça: “Você é engraçado, todo certinho”. Retirou a toalha mostrando os seios, os via pela primeira vez. Gostou de ver minha surpresa. Envolvi seu seio com a mão, tentei beijá-la, mordeu meu lábio: “-Continua assim”. Levou minha mão entre suas pernas, era quente. Ela conduzia, fez massagear o clitóris, escorregar pelos grandes lábios. Parecia entregue, a cabeça em meu ombro, gemia repetidamente, leve, úmida. Com dois dedos a penetrei sem resistência. Movimentos circulares a fizeram suspirar aliviada. Naquele momento a amai profundamente. Acordou do transe e foi embora fugida. Deixou-se extasiado. Por dias me ignorou. Odiei.

Impossível brotar amor de irmão naquele relacionamento não tínhamos o carinho construído no convívio familiar. Amanda fora apresentada a mim antes pelo seu busto do que por sua voz. Era um anexo curioso de seu corpo, volume destoante do abdômen retilíneo. Enfeitando aos dedos delicados, as unhas vermelhas e afiadas que viriam a esmagar meu pênis futuramente. Agora podia observá-la mais de perto, diferente dos encontros de fim de semana, via delicadeza cativante nos seus gestos. Preocupava-se diariamente com a maquiagem, lápis preto nos olhos, algum pó na face e batom vermelho claro nos lábios, atentando para não sujar os dentes. Os olhares também eram intensos, combinavam com as situações, olhos felizes com sorrisos, cansados antes do sono, grandes e raivosos durante as brigas, nunca estavam perdidos, os usava muito bem.

Sorte minha ela ser uma porta na escrita de redações e tão pouco apta ao aprendizado convencional das demais matérias nas classes de aula. Era encargo meu, mediante pagamento de seu pai, garantir sua aprovação e quisar boas notas. Se ela pouco considerava minha presença em casa, diferente era durantes minha explicações deduzidas sobre a resolução de tarefas. Em pouco tempo a tendência ao afastamento reverteu para o contato desinibido de nossos corpos. Apertava Amanda por brincadeira, beliscava os braços sem machucar, coxas para testar a firmeza e palmadas no bumbum para ouvir o barulho estridente de seus: “- Ai, cachorro!”, seguido de seu soco em meu braço, apenas gesto condicionado ao meu atrevimento. Agora companheiros, sentia ainda mais sede de penetrá-la, existia clima para tomá-la completamente, sorver seus lábios, seios e vagina, bastava escolher o momento.

Desde o primeiro momento vi em Amanda meu instrumento de prazer. Mas não fui racional no início; concretizar a imagem formada em minha mente de uma posição onde ela cavalgava ao mesmo tempo em que eu mordiscava seus seios não aconteceria da noite pro dia, ou melhor, ocorreria mediante estupro, ato que poderia gerar conseqüências. Dessa forma foi adiando-se nosso encontro sexual. Por vezes assistimos filmes juntos, jogávamos cartas e até conversávamos, na medida do possível, sobre o comum de nossas vidas. Nunca esquecia as segundas intenções por mais natural que ela fosse comigo. Apoiava a cabeça em suas pernas assistindo TV ao mesmo tempo em que ela brincava com a pelugem no meu peito. Num filme mais romântico, passava o braço por trás de sua cabeça trazendo a mais perto. Ela pouco reagia, nunca renunciava aos carinhos.

Quando queria, sabia ser agradável. Aninhava-se pouco importando se eu pressionava sua bunda de forma involuntária, confiava cegamente. Surpreendia com blusa regata e calcinha, encarava como ingenuidade sua, espécie de carência. Mostrando- me mais a fiz desejar. Permiti que descobrisse meu corpo, gostava principalmente dos bíceps, tocava e comparava com os seus: “-Queria que o meu fosse assim”. Opinava em suas roupas querendo monopolizar os ângulos comprometedores: “-Para onde acha que os homens vão olhar?”. A ela não importava: “-Não sei, não sou homem”.

A tempestade veio para desvendar completamente Amanda. Verdadeiro seu temor por trovões, gritos sucediam os roucos barulhos lá fora. Lágrimas salgadas escorreram, novamente senti seu corpo por dentro, para protegê-la despi qualquer empecilho, nem mesmo protegi de qualquer venérea doença. Aquele corpo arrepiou-se ao toque, partilhando o espaço na cama, segui o interno de suas coxas beijando a maciez, o brilho de seu liquido denunciava o prazer, bebi da fonte revigorando o membro. Ela o queria, trouxe à boca envolvendo incompleto, revelou a cabeça lambendo, beijando, babava em excesso: “-Entra...”. A permissão que faltava nas pinceladas internas que lhe dei. O caminho abriu-se febril, por tamanha grossura senti difícil a pressão do veludo. Beijava e respirava cadenciado, com espaços para tomada de fôlego, espasmos tomaram a coluna, sobre Amanda nada mais existia, eterno o suor pingava.

Urros prenunciaram o derradeiro esporro. Ela era mais branda, por vezes auxiliando a investida, erguia a pelves e com o laçar de pernas trazia ao encontro, suas contrações massageavam meu ego. Imundei o ventre afetuoso e não houve arrependimento, beijos e mordidas nasceram com o dia anunciando o novo mundo de nós dois.

6 comentários:

Momentos...volupté! disse...

Muito bom!!!

Loira e Morena disse...

Q conto en! Muito bonito e ao mesmo tempo empolgante..heh

Beijaooo da Morena!

Anônimo disse...

Que delícia de conto hmmm

Ai ai ai

Beijo

Crys disse...

Adorei o conto, quem o escreveu usou cada palavra sabiamente !
adorei (:

Beijos Lud

Fernanda Magalhães disse...

A-d-o-r-e-i!!!

Perfeito!

Quero mais!


Bjos de luz!

Deliciosamente Atrevida disse...

uau, bom é pouco, deliciosamente perfeito!

Desculpe pelo sumiço...

Bom domingo

Bjo grande